E não
há como explicar. Não há como colocar em palavras essa solidão que dói
no meio de tanta gente, essa solidão plena que me faz sentir único como
nunca me senti, essa solidão que me afasta de tudo e de todos e, ao
mesmo tempo, quer desesperadamente estar no meio de outros que possam,
ao menos, acolhê-la, exatamente como ela é. Não há como decifrar, não há
como abrir o peito e mostrar o que está
a acontecer bem ali dentro, onde a dor decidiu se instalar. Não há como
mostrar o coração que dói, ao lado daquele que bate, pois só eu o
sinto. Só eu sinto o que ele sente. E, na nossa dor, somos cúmplices um
do outro, nessa solidão que é triste, mas não é tristeza. Essa solidão
que assusta, mas não é medo. Essa solidão que magoa, mas não deixa
ferida. Uma solidão que é mais que estar sozinho, pois é solidão da
alma.
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