Vivemos
procurando o caminho. Desvairados, acreditamos em um destino, seja ele
qual for. Não desistimos, mesmo que apareça fuligem, ventos contrários. É
que a gente alimenta a ideia de que algo melhor está por vir, mesmo que
nunca chegue até nós. Esse, embora enganoso é o arremate que nos faz
caçar borboletas, submergir aos temporais, suportar as ausências,
disfarçar a solidão. Somos um imaginário maior que a realidade. Com todo
deserto, continuamos com os absurdos promissores da nossa alma.
Alimentamos a ilusão. Recusamos a consciência do óbvio. E assim vamos
vivendo, na esperança de acordar e ouvir passarinhos.
Ita Portugal
Ita Portugal
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